segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A família do meu namorado é enorme. Daquelas bem espirituosas que reúne todo mundo no almoço do domingo, fala alto, dá muita risada e os nomes do amigo oculto do natal passam dos 50.
Imagina então como foi a comemoração do casamento do primogênito da considerada "matriarca", minha sogra.

Alguns dias antes da festa não se falava em outra coisa, a casa respirava os preparativos. Na minha casa o clima não era diferente, todo mundo ansioso para o grande dia de Mila e Breno. Provas de vestido, a escolha dos penteados e sapatos até me faziam esquecer dos meus dias dolorosos e eu tinha certeza que a comemoração ia fazer o meu confinamento virar "fichinha". Yuri continuava "morando" na minha casa, mas se ausentava com mais frequência para dar uma forcinha em casa e ensaiar a cerimônia, já que ele seria padrinho.

Nessa altura do campeonato eu já não ficava mais sem a tipoia, até para tomar banho era necessário amarrar uma gaze como suporte para o braço, mas depois de passar tanto tempo escolhendo o vestido a última coisa que eu queria era aquele "acessório" azul compondo o meu look. Passei a semana inteira pensando em alguma solução. Faltando dois dias para o casamento, a solução caiu de paraquedas... Depois de uma crise de dor, tomei uma injeção de Profenid que melhorou bastante a situação, resolvi que essa seria minha arma secreta para me livrar da tipoia.

O casamento foi planejado para ser realizado ao ar livre, num Rancho, e por isso o clima nublado dos últimos dias preocupou todo mundo.
 Ao acordar no sábado, 18 de fevereiro e ver aquele céu cinza, as orações por um solzinho começaram, ou para que pelo menos não chovesse. E a correria começou: escova cabelo, toma remédio, ajusta o vestido, bolsa de água quente, faz maquiagem, faz penteado, toma remédio, tira tipoia, segura o braço, coloca tipoia, passa base na cicatriz na biópsia para dar uma disfarçada.... e finalmente quando estava toda produzida, tomei a minha querida injeção de Profenid, aguardei alguns minutos e enfim tirar a tipoia e esticar o braço se tornou suportável.

No fim da tarde um grande alívio: céu aberto, pôr-do-sol e clima ameno. Obrigada Senhor! Entramos no carro, eu, minha mãe, meu pai,minha irmã mais nova e minha tipoia, melhor prevenir do que remediar, e seguimos a estrada que leva para o Rancho Uchôa. Senti um frio na barriga como se o dia fosse meu, ansiosa para ver a decoração, meu amor de padrinho e os noivos lindos.

A festa estava impecável. Decoração perfeita, clima maravilhoso, muitos convidados lindos e queridos, mesmo a cerimônia sendo realizada no feriado de carnaval. Abraços, cumprimentos, risinhos e ansiedade por toda parte. Volta e meia o braço dava uma fisgada e eu lembrava que alguém queria roubar a cena. Hoje não! 
Um silêncio pairou, os trompetes anunciaram a entrada da noiva. Os abraços entre sogros e noivos simbolizaram a união de uma família e foi impossível não me emocionar, alias, impossível qualquer um não se emocionar, dava pra sentir o amor de longe. Cerimônia rápida e lindíssima, acho que nunca vi um casamento tão lindo.

Lá pras tantas da noite, as comemorações começaram de fato. "A grande família" reunida, da pra imaginar né? Esqueci do meu braço egoísta só por alguns instantes e me permitir curtir aquele momento, dancei valsa com Yuri, um forró meio "capenga" com tio Gabriel, andei por todo lado, brindei, baguncei o penteado, minha mãe fez um novo improvisado, até que eu cansei e sentei no sofá ao lado do palco. Foi aí que a minha tipoia deveria ter entrado em cena.

Como eu disse a vocês, a família do meu namorado é bastante espirituosa, de abraços apertados, demorados e cheios de carinho. E no meio dessa minha reclusão dos últimos meses, eu fiquei sem ver muitos deles. Na minha pausa para descanso durante a festa, encontrei a querida tia Leide, que não sabia pelo que eu estava passando e também não poderia imaginar, afinal, eu estava em perfeito estado, nada de tipoias, nada de curativos. Foi aí eu recebi um abraço daqueles de urso, sabe? E eu acho que meu braço não é muito chegado em ursos... vai saber.

Parecia que alguma coisa tinha sido quebrada la dentro, ou o gigante adormecido foi acordado com panelas batendo em sua cabeça e ele estava muito, muito furioso! Meu braço doía tanto que eu não conseguia respirar direito... não pude nem gritar... ia deixar minha tia constrangida e ela não tinha culpa de nada. Corri a procura de alguém pra me socorrer, mas todo mundo sumiu, Yuri estava fazendo as honras da casa e eu não encontrava meus pais, me senti fraca e carente e meus olhos encheram d'água. Eu queria ir embora.

Finalmente achei minha mãe e eu queria chorar... fomos no carro e eu coloquei minha amiga tipoia. Comecei a "encher o saco" de Yuri, eu queria atenção. Mas logo depois eu parei, eu não tinha direito! Aquele era um dia importante pra ele, mas acho que eu estava triste por não poder curtir como eu gostaria. Passei o resto da noite com a tipoia e o meu braço reclamão querendo aparecer. Paciência querido, você vai ter que aguentar até o final!

Ficamos até o fim da festa, minha mãe não tirou os olhos de mim com medo que eu me machucasse novamente e quase amanhecendo viemos embora, com muitas risadas e algumas boas histórias. Meu sono com certeza não foi dos melhores, acho que meu braço quis me castigar severamente por tê-lo feito esperar tanto, mal sabia ele que a "festa" estava só começando.



Minhas princesas! Mamy e minha pequena.

Antes e depois da tipoia e meus queridos.

Noivos lindos!
Noivinhos, padrinhos e cunhadas.



Beijos, Rebecca.



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