sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Acordei numa das piores fases do tratamento: não ter tratamento. Nos dias seguintes à biopsia, Yuri passou a “morar” na minha casa, só ia em casa trocar as roupas da mala ou quando eu conseguia pegar no sono ele dava uma fugidinha pra respirar. Mas ele não desgrudava... Minha sogra nem ligava pra reclamar... Obrigada tia! Nesse período, em alguma dessas tardes tediosas, ele desenterrou um joguinho de RPG com gráfico bem pobrinho, mas que roubava sua atenção... Harvest Moon, era uma fazendinha que ele tinha que cuidar e quando ele comprava um bichinho, eu que dava o nome. Eram duas vacas, Muxa, sua filha Mimi e um cachorro, chamado Mido. Assistimos centenas de filmes e eu tomei dezenas de comprimidos. Minha irmã Rachel e Melanie, minha cachorrinha, nos acompanhavam nessa saga.

Minhas amigas sempre apareciam na minha casa também, apesar de não saberem da gravidade do problema, elas sabiam que eu estava passando por uma situação delicada. As tardes para colocar as conversas em dia e fofocar bastante amenizavam o tédio e me arrancavam boas risadas.

O material recolhido na biopsia foi mandado no mesmo dia (24/01) para análise em um laboratório em Vitória da Conquista mesmo, com um prazo de 25 dias para a entrega do resultado, mas para mim o resultado da biopsia chegou de imediato, a dor sentida ao acordar da anestesia se estendeu por muitos e muitos dias.
 Os analgésicos potentes são bons até certo ponto, os efeitos colaterais deles são muito fortes e a dor passa a ser apenas mais um dos sintomas. Tontura, náuseas, ressecamento e vômitos se tornaram diários, além da dor, é claro! Passei a tomar doses cada vez maiores de Tylex e Codaten, que me causavam cada vez mais enjoo e assim eu tomava mais e mais Dramin e Plasil. Ficava sonolenta o dia inteiro, mas simplesmente não conseguia dormir, eram cochilos onde quer que eu encontrasse uma posição confortável. E um ciclo insuportável de comprimidos. Acordava, sentia dor, comia uma coisinha, tomava um Tylex, ficava enjoada, tomava um dramin, sentia sono, cochilava, acordava, sentia dor e o resto vocês já podem imaginar.


                                 
Em cima: Grude e vicío no joguinho.
Embaixo: Fazendo presepada no pós biopsia em casa e uma sonequinha rara.

Beijos, Rebecca.

2 comentários:

  1. Não vou dizer que imagino como deve ter sido, porque acho que só quem realmente passa por isso sabe! Não pude acompanhar de perto o que você passou, mas sempre soube da tua força e fé, e todo esse amor recebido pelos teus familiares, amigos e namorado te fortaleceu ainda mais. E desde quando conversávamos sabia que ele era o homem da tua vida.

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